sábado, 2 de abril de 2011

Apenas mais um dia O dia amanheceu muito esquisito Céu carrancudo, com cara de ranço. Com roncos, e ar de bravo. O barulho foi ficando muito forte. Até que lagrimas do céu caíram. Caiu tanto, que molhou toda a cidade. Alicerces foram ficando alagados O lixo expulsou a água das bocas de lobo E pessoas estavam à margem da vida Residências ficaram com água até o teto. Com muita gente desesperada nadando. Vendo o governo como sempre quieto E como todos já estavam parando O carros reclamavam buzinando Pessoas impotentes franziam a testa Todos visivelmente irritados, Viam ladrões Fazendo a festa Em meio aos carros corriam a beça. Um dos ladrões bancava o falastrão Sem querer saber se é bonito ou feio Iam fazendo o famoso arrastão Com objetos viajando para o alheio. ÀS VEZES Às vezes temos o que falar, e não sabemos como dizer. Ou então queremos falar, e não temos quem ouvir. Às vezes temos o que comer, e não podemos comer qualquer coisa. Às vezes temos aonde ir, e não temos quem convidar. Às vezes temos vontade de fazer algo, e a preguiça é maior que à vontade. Às vezes queremos rezar e, não vemos a imagem do senhor. Às vezes não temos mãe, e ela, assim mesmo é xingada . Tem ocasião que queremos ir a algum lugar, e não temos com quem ir. Às vezes somos honestos, porque não fomos atiçados. Às vezes somos desonestos, porque o dinheiro esteve a nossa frente. BERÇO Essa é uma palavra subjetiva O berço é o recanto do Nené Mesmo antes de nascer os pais providenciam O berço é objeto de admiração Mais por causa de quem nele está Pois se solitário fosse seria apenas um móvel Na visita a quem ocupa o berço, Muitas coisas podem passar despercebido Somente um marceneiro fanático iria prestar atenção Pois detalhes não escapam a quem o vê como profissional Sua admiração pode ser por seu estilo Decaut ou Noveau Como pode ser também motivo de decepção por um móvel Rústico ou torto e também confeccionado em madeira sem lei Mas a admiração mesmo tem que recair em quem nele habita Pode ser filho de rico que nasce em berço de ouro Ou então filho de pobre que está em berço emprestado. O berço faz parte de momentos eternos ou efêmeros Por que em pouco tempo, o Nené pula para a cama. CAMA A cama é uma armação retangular, cujo estrado Sustenta o colchão que por sua vês, Nela pode estar a fêmea e o machão Sustenta originalmente os cônjuges Mas pode estar a empregada e o patrão... Na cama pode estar corpos unidos Pela instituição oficial ou artificial Ela foi concebida para o descanso noturno Mas pode se desviar para o matutino também A cama pode ser sinônimo de sexo e luxuria Para as coisas objetivas e subjetivas O espaldar da cama é a cabeceira que recosta Ombros para um dialogo isento de colóquio ! Alguém ousa em duvidar ? Ou será sempre um utensílio para expor Somente seres aos caprichos inconfessáveis ? Não... A cama pode muito bem ser o local Onde se reconciliam e, se colocam as coisas no lugar Ah! o travesseiro fica na junção do colchão com a cabeceira... É o lugar onde ninguém escapa de si mesmo. O travesseiro pode ser motivo da preguiça para se levantar. Mas é o grande psicólogo de qualquer ser humano. Dele, ninguém foge. REFLEXÃO. Parece que você hoje não esta nos seus melhores dias. Está muito fechada, não diz nada. Será que a decepção tomou conta de você. E a deixou em depressão... Que tal dar uma olhada no espelho? Aproveite ele está bem a sua frente, Abra a janela. O espelho refletirá o céu azul que esta lá fora. Aqui dentro ficara com resfriamento muscular e mental. Saia um pouco, vá tomar um sol, Vá ficar sob os raios solares. Para que, você possa refletir sob esse céu azul, De como é bela a vida, lá fora As aves com som e ritmo musicados de pássaros Cantam como se tenores fossem, O vento vai esvoaçar seus cabelos. E por falar nisso, Que tal um corte mais moderno,roupas coloridas, E andar por caminhos não percorridos. Ai você terá a dimensão exata de quanto tempo, Perdeu, na quietude e choros pelos cantos... Até então seu sentimento interior, Logo mais ao retornar pra casa, Verá, que hoje, é dia de faxina. ROTINA Todas as manhãs, na soleira da porta, Ela dava tchau e dizia: “Bom trabalho, vai com Deus!” Todas as tardes, ela, Na soleira da porta, perguntava: “Como foi seu dia?” Na calada da noite, carinhos... Na silencio da madrugada, gemidos No crepúsculo do escuro para o amanhecer. O despertador chamava, Para mais um dia de trabalho. Na mesa, o café, pão e manteiga. No jardim, rosas vermelhas ainda... Orvalhadas, pelo sereno da madrugada. Na soleira da porta, outra vez, O beijo, o tchau e o “Deus te acompanhe!” Outro dia de trabalho, de suor. Nem sempre reconhecido, mas, Quando volta, novamente o carinho O beijo de mais um dia de labuta. É a rotina diária que o ser humano Incorpora sem perceber que os dias,meses e anos; Fizeram parte de sua vida. Para que, um dia, receba uma mísera aposentadoria. / Nunca condizente com o que realizou na vida...Hoje, a soleira da porta é apenas o estacionamento de sua cadeira de balanço. A televisão, é o cinema que ele, Por falta de tempo, deixou de assistir...

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